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O desmonte do Educa Play

Como se não bastasse todo o negacionismo e desrespeito com a educação, por parte do atual secretário de educação do Paraná, Renato Feder, ele agora promove o desmonte do Educa Play, a coordenação de produção e multimídia da Secretaria de Educação. 

O Educa Play foi criado em 2018, mas a sua história remonta à época da criação da TV Paulo Freire e do setor de Multimeios, que fariam 15 anos de existência no dia 27 deste mês.  

A pirambeira não é de hoje, mas teve sua gota d’água quando, no dia 12 do mês passado, os trabalhadores e a coordenação do Educa Play receberam uma série de pedidos, do gabinete da Secretaria de Educação, para que fossem produzidos materiais que não condizem com a proposta do projeto. 

As insistentes demandas, com pedidos particulares, foram prontamente negadas pela equipe, que tratou de evidenciar sua finalidade. Não compreendendo as negativas, Feder tratou de exonerar o coordenador responsável pelo Educa Play à época. 

Com a dispensa, todo o coletivo de funcionários vinculados (26 ao todo), optaram por seu retorno às atividades nas unidades escolares — seja em sala de aula ou mesmo nas funções administrativas — conforme a função matriz do concurso público prestado.

Estima-se que 70% dos funcionários já deixaram a equipe do Educa Play, entretanto esse deslocamento não é nada simples: com uma carga horária de 20h para ser cumprida, parte dos membros da equipe, até o momento, não encontrou postos de trabalho nas unidades. Existe ainda a preocupação de que, ao assumirem as vagas disponibilizadas no começo do ano para os professores PSS, deixem os candidatos selecionados desamparados.

Sobre o trabalho do Educa Play  

A criação do Educa Play teve como princípio e objetivo a produção de conteúdos midiáticos exclusivamente didático-pedagógicos. Para isso, mesmo antes de sua criação, foi necessária uma espécie de seleção junto a todos os núcleos de educação do Paraná em busca de profissionais que possuíssem competências e habilidades para desenvolver as propostas. Selecionados os profissionais da área de educação, eles passaram a trabalhar em conjunto com a equipe oriunda da TV Paulo Freire e do Multimeios.

Os profissionais envolvidos passaram a se especializar cada vez mais — custeando cursos de forma particular —, fazendo com que os resultados dos seus esforços logo começassem a refletir em toda a comunidade escolar. 

Nos últimos 3 anos, o Educa Play produziu e compartilhou produções para todas as escolas públicas do Paraná e enalteceu o trabalho desenvolvido pela comunidade escolar, divulgando as atividades desenvolvidas por alunos e professores de todo o estado. 

As atividades desenvolvidas pelo Educa Play não param por aí. Além de projetos como Fortis e a Brigada Escolar, a equipe desenvolvia aproximadamente 500 (quinhentas!) produções por mês, entre materiais impressos, videoaulas, fotografias, ilustrações, animações, entre outras; e mais 180 horas/mensais de transmissões digitais. Tudo exclusivamente de natureza didático-pedagógica.

O olho gordo de Feder  

Feder cresceu o olho. Vendo os feedbacks recebidos, a qualidade dos materiais, bem como os trabalhos educacionais desenvolvidos para secretarias como a de Justiça e Saúde, por exemplo, não perdeu tempo em se apropriar da equipe, alocando-os na Assessoria de Comunicação (AScom) no Água Verde. 

Agora que a equipe da Educa Play se desfez, Feder tenta resolver a lambança abrindo vagas para servidores dispostos a atuar em suas demandas.

É sabido que sua equipe na AScom conta com prestadores de serviço terceirizados e que possivelmente o atual gestor terá que fazer uso de dinheiro público para suprir as carências deixadas pela equipe da Educa Play. 

E, se depender do secretário da educação, sabemos que as escolhas não serão, digamos, muito assertivas. Feder, já defendeu o fim do MEC e a privatização de todo o sistema de ensino, fato que talvez tenha feito brilhar os olhos do governo de Bolsonaro — sim, ele já foi cotado para assumir o Ministério da Educação.

Uma pirambeira final  

Mesmo contando com uma equipe de profissionais habilitados e com espaços físicos públicos disponíveis e condizentes com as necessidades de gravação das aulas remotas, o secretário decidiu contratar uma produtora privada de audiovisual, a Lys Filmes, que supostamente está habilitada para tais fins.


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