Um estudo plurianual realizado com trabalhadores da Islândia, chegou à conclusão que a redução de horas de trabalho para 35 horas semanais, com o mesmo piso salarial, além de contribuir para o bem-estar, manteve o mesmo nível de produtividade dos funcionários pesquisados.
“Se o operário soubesse reconhecer o valor que tem seu dia, por certo que valeria duas vezes mais o seu salário.”
Traduzindo para o padrão estabelecido pelas leis no Brasil, teríamos, no máximo, 4 dias semanais de trabalho. Mas, se depender do atual governo, nada disso vai acontecer — pelo contrário, você vai trabalhar mais e ganhar menos.
Estudos sobre redução da jornada de trabalho vêm sendo desenvolvidos também com uma outra preocupação: o meio-ambiente.
Um dos estudos destaca que é possível diminuir a emissão de carbono em até 14,6% com uma redução de 10% na jornada de trabalho.
Já o utópico historiador holandês Rutger Bregman apresenta duas propostas como forma de combatermos a desigualdade social: a implementação de uma renda básica universal e a redução da jornada de trabalho para 15 horas semanais. Teria Bregman sido influenciado por Eduardo Suplicy?
Aprovada e até o momento não praticada por falta de uma regulamentação, a Lei 10.835/04 do ex-senador e atual vereador petista, prevê a instituição de um programa de renda básica no país. No mês de Abril deste ano, ela voltou a figurar, quando o STF determinou que o governo federal estabeleça o valor de uma “renda básica cidadania”.
A discussão sobre o futuro do trabalho, a necessidade de novas formas de se pensar o trabalho e a necessidade de uma sustentabilidade envolve diferentes perspectivas.
Lançado em março de 2020, o e-book Sopa de Wuhan (em espanhol), aborda as diferentes visões sobre um possível futuro pós-pandemia. Destacam-se os textos dos filósofos, Slavoj Žižek e Byung-Chul Han.
Embora alguns de seus pensamentos sejam contrastantes, ambos convergem sobre o cerne da questão: a necessidade urgente de que será preciso reformular os modelos e formas de trabalho da atualidade.
A pandemia de Covid-19, antecipou uma outra discussão que já ocorre há alguns anos: o inevitável desemprego massivo previsto para os próximos anos.
O que nos leva a outro ponto importante: a automação, ou como é chamada, a 4ª Revolução Industrial. Um estudo sobre o futuro do emprego no Brasil, realizado pela UFRJ, considera o impacto da automação para os próximos anos.
Os resultados e as conclusões são preocupantes. Estima-se que, nos próximos anos, aproximadamente 27 milhões de brasileiros ficarão sem postos de trabalho em função da automação.
Outro dado importante é que segundo o estudo 60% dos trabalhadores brasileiros se encontram em ocupações que estão em alto risco de automação.
Mas fique tranquilo. Se você for escritor ou compositor a probabilidade de você ficar desempregado, é de 0,038 e 0,015 por cento, respectivamente.
Isso se você tiver um emprego nessas áreas, é claro.