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As Pessoas Virtuais estão chegando! Ou melhor, já chegaram…

Mas calma, porque por enquanto, seu emprego está a salvo. 

Você deve se lembrar que, em 2019, o consagrado pianista Lang Lang, fez uma apresentação com Luo Tianyi, uma pessoa virtual que possui quase 3 milhões de fãs

Lançado em 2012, Luo Tianyi até se apresentou na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim.

Segundo Evelyn Cheng, da CNBC, as pessoas virtuais são uma combinação de animação, tecnologia de som e aprendizado de máquina que criam seres humanos digitalizados que podem cantar e até interagir em uma transmissão ao vivo. 

A China é o país mais populoso do mundo (serão superados pela Índia este ano) e estima-se que 18% da população mundial viva lá. Só que do atendimento ao cliente à indústria do entretenimento, as empresas estão pagando por funcionários virtuais.

Uma delas, a Baidu, disse que o número de projetos de pessoas virtuais em que trabalhou para clientes dobrou desde 2021. 

Essas pessoas virtuais têm uma ampla faixa de preços de US$ 2.800 a US$ 14.300 por ano e são adquiridas por empresas de serviços financeiros, conselhos de turismo locais e mídia estatal. 

À medida que a tecnologia melhora, os custos de produção estão diminuindo. A própria Baidu espera que a indústria de pessoas virtuais em geral continue crescendo 50% anualmente até 2025.

A China está apostando muitas fichas no desenvolvimento de pessoas virtuais. Para você ter uma ideia, Pequim anunciou um plano para aumentar a indústria municipal de pessoas virtuais

As autoridades municipais também pediram o desenvolvimento de um ou dois “negócios líderes de pessoas virtuais”. 

Os ministérios do governo central divulgaram um plano detalhado para incorporar mais realidade virtual, em especial, nas transmissões, manufaturas e outras áreas. 

Além disso, eles pretendem alcançar uma maior digitalização da economia, inclusive em realidade virtual e aumentada.

Em busca de ícones sem problemas humanos! 

A maior parte do foco está em como as pessoas virtuais podem gerar conteúdo. Por isso, as marcas chinesas estão procurando porta-vozes alternativos. 

Isso porque, como você deve saber, muitas celebridades recentemente tiveram suas imagens questionadas na imprensa, com sonegação de impostos ou escândalos pessoais. 

(Sim, na China eles também parecem usar o “jeitinho brasileiro”).

Dito isso, acredita-se que 36% dos consumidores chineses assistiram a um influenciador virtual ou celebridade digital no ano passado e 21% assistiram a uma pessoa virtual hospedar um evento ou transmitir as notícias. 

Desta forma, 45% dos anunciantes chineses, dizem que podem patrocinar a performance de um influenciador virtual ou convidar uma pessoa virtual para participar do evento de uma marca. 

Ou seja, as grandes empresas de tecnologia da China já estão desenvolvendo produtos na indústria de humanos virtuais

Um bom exemplo é o aplicativo de streaming de vídeo e jogos Bilibili que foi um dos primeiros a levar o conceito de pessoas virtuais para o mainstream.

A empresa adquiriu a equipe criadora de Luo Tianyi e no ano passado, os desenvolvedores se concentraram em melhorar a textura da voz do cantor virtual usando um algoritmo de inteligência artificial. 

Só para fechar por aqui, lembra da Baidu? 

Bom, segundo um vazamento interno, ela pretende lançar um novo serviço de chatbots de Inteligência Artificial que se assemelha ao ChatGPT da OpenAI.  A empresa tem como objetivo incorporar a IA em seu buscador em vez de criar um chatbot aberto ao público.


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