Escrever é organizar a informação o tempo inteiro, uma informação que pulsa. Para comprovar, basta colocar palavras no lugar errado, omiti-las ou usá-las em exagero: a incompreensão virá.
Quando assumimos este posicionamento, a escrita se torna também matemática — ou melhor, se torna um jogo de Tetris em que cada informação é uma peça que cai do céu para ser encaixada no melhor lugar. Quando as peças não se encaixam, ficam os buracos, que às vezes damos conta de preencher depois, mas nem sempre.
A magia está (é claro) em como cada autor organiza a informação — porque, se pensarmos bem, em certo nível todos os textos são repetições uns dos outros. É na mistura do o quê com o como que somos (repetidamente) enganados pelas mesmas 26 letras do alfabeto.
Assim, a escrita equilibrada é aquela em que todas as palavras são essenciais para a transmissão da informação desejada. É aquele texto ou narrativa que, independente do tamanho, saímos completos.
Tire uma única palavra e o sentido desmoronará.