Se você já percebeu que os mecanismos de busca estão ficando cada vez mais difíceis de usar, você não está sozinho.
Muitas pessoas têm notado que, além da sobrecarga de anúncios, os resultados de busca estão sendo comprometidos por IAs que às vezes entregam respostas imprecisas.
Mas o que talvez você ainda não saiba é que agora existe uma nova ameaça crescendo rapidamente: malvertising.
De acordo com a CNBC, os ataques de malvertising aumentaram impressionantes 42% em apenas um mês no último trimestre, o que significa que é hora de entendermos melhor essa nova armadilha digital e, mais importante, como nos protegermos.
O que é malvertising?
O termo “malvertising” vem da junção de malware e advertising (publicidade). Na prática, ele descreve a ação de hackers que usam anúncios publicitários legítimos para espalhar malware ou aplicar golpes de phishing.
Esses anúncios parecem comuns — assim como os banners que você vê ao pesquisar algo no Google ou ao navegar por um artigo online. A diferença é que, em vez de te redirecionar a uma página segura, eles podem te levar a sites infectados ou fraudulentos.
A grande sacada do malvertising é a sua habilidade de se disfarçar. Muitas vezes, esses anúncios imitam empresas conhecidas e confiáveis, como a Amazon ou até instituições financeiras. Eles são projetados para enganar tanto consumidores comuns quanto funcionários de empresas.
Um exemplo disso ocorreu quando funcionários de uma rede norte-americana foram vítimas de um ataque de phishing ao clicarem em um link de anúncio com um pequeno erro de ortografia. Isso os redirecionou a uma página falsa, onde informações sensíveis poderiam ter sido coletadas.
Malvertising x Adware: Qual a diferença?
É fácil confundir malvertising com outro velho conhecido das ameaças digitais: o adware. Ambos envolvem anúncios indesejados, mas a semelhança para por aí.
O adware é um tipo de software que inunda seu dispositivo com anúncios irritantes, como os famosos pop-ups que ninguém suporta.
Já o malvertising é muito mais perigoso, pois é deliberadamente projetado para infectar seu computador ou roubar dados pessoais sem que você perceba.
Por que o malvertising está crescendo agora?
A resposta tem a ver com mudanças no cenário de segurança digital e no comportamento dos usuários. Por um lado, os mecanismos de busca como Google, Bing e outros continuam sendo amplamente confiáveis e usados por milhões de pessoas.
Hackers sabem disso e os enxergam como terrenos férteis para encontrar vítimas em potencial. Ao se esconderem por trás de anúncios aparentemente inofensivos, eles conseguem atingir um grande número de pessoas sem chamar muita atenção.
Os criminosos digitais tiveram que se adaptar a novas barreiras de segurança. Um golpe bastante comum no passado era o uso de macros maliciosas em arquivos do Microsoft Office, mas quando a empresa começou a bloqueá-las automaticamente, os cibercriminosos precisaram inovar. E é aí que o malvertising entrou em cena como uma alternativa eficaz.
Como se proteger de malvertising?
Essa é a parte mais desafiadora, porque os anúncios nos sites mudam constantemente, tornando difícil identificar os perigos. No entanto, algumas dicas de segurança podem reduzir bastante o risco:
Mantenha seu software atualizado: Navegadores de internet, sistemas operacionais e programas de antivírus são as primeiras linhas de defesa contra malwares. As atualizações frequentemente corrigem vulnerabilidades que podem ser exploradas por malvertising.
Use bloqueadores de anúncios: Muitos especialistas recomendam o uso de bloqueadores de anúncios como uma camada extra de segurança. Eles evitam que esses anúncios maliciosos apareçam em primeiro lugar, embora não garantam proteção total.
Evite clicar em anúncios patrocinados: Muitas vezes, anúncios patrocinados não trazem informações relevantes e podem, em vez disso, levar você a sites maliciosos. Se você se interessar por um produto ou serviço, é melhor pesquisar diretamente no site da empresa, sem passar pelos anúncios.
Verifique URLs com atenção: Se você acabar clicando em um anúncio, certifique-se de que o site para o qual foi redirecionado é o correto. Hackers costumam usar URLs com pequenas alterações — como erros de ortografia — para enganar os desavisados.
Desconfie de ofertas boas demais para ser verdade: Assim como em outros tipos de golpes online, anúncios que prometem ofertas irresistíveis podem ser uma armadilha. Se algo parece bom demais, é melhor desconfiar.
O esquema é manter-se vigilante e informado. Afinal, no mundo digital de hoje, o conhecimento é a melhor defesa contra as ameaças invisíveis.