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Os reflexos do “tempo de tela” nos EUA

O acesso quase universal a smartphones transformou as dinâmicas familiares, trazendo tanto benefícios quanto desafios para o convívio diário. Segundo um estudo recente do Pew Research Center, cerca de 95% dos jovens nos Estados Unidos possuem um smartphone, o que desencadeia frequentes discussões sobre o uso da tecnologia entre pais e filhos.

O estudo revela que 40% dos pais e adolescentes discutem regularmente sobre o tempo gasto no telefone. Curiosamente, enquanto 46% dos adolescentes percebem seus pais como distraídos pelo telefone durante conversas, apenas 31% dos pais reconhecem esse comportamento. Além disso, 50% dos pais admitem verificar os smartphones dos filhos, e 43% acham desafiador gerenciar o tempo que seus filhos passam na tela.

O uso intensivo de smartphones e redes sociais tem levantado preocupações entre especialistas sobre seus efeitos na saúde mental dos jovens. Essas preocupações foram tão significativas que chegaram ao Senado dos EUA, onde se discutiu o impacto das tecnologias na vida das crianças. Embora a legislação para regulamentar essas questões ainda esteja em progresso, muitas famílias já estão tomando a iniciativa de mudar seus hábitos por conta própria.

Surpreendentemente, muitos adolescentes estão começando a reconhecer as consequências negativas de um envolvimento excessivo com tecnologia digital. Cerca de 72% dos jovens relatam se sentir frequentemente ou às vezes mais tranquilos sem seus smartphones, embora 44% também admitam sentir ansiedade sem acesso ao dispositivo. Em resposta, 39% dos adolescentes reduziram o uso de redes sociais e 36% diminuíram o tempo de tela em geral.

Apesar dos desafios, 70% dos adolescentes ainda acreditam que os benefícios dos smartphones superam os malefícios. Enquanto a tecnologia permanece uma ferramenta essencial para conectar e capacitar os jovens, também é crucial desenvolver uma relação mais saudável e equilibrada com ela. A tendência de resgatar tecnologias consideradas obsoletas, como telefones flip, câmeras digitais e até telefones fixos, reflete um desejo crescente entre a Geração Z de desconectar e desacelerar o ritmo de vida ditado pela tecnologia moderna. 

Quem sabe esse seja um passo para equilibrar as novidades tecnológicas com o bem-estar pessoal, quem sabe, o início de uma promessa de futuro onde a tecnologia serve para enriquecer a vida, em vez de dominá-la.

Curiosidade: De acordo com o The New York Times, o local preferido de compras da Geração Z é o Facebook, que tem um recurso que impede que usuários jovens excluam suas contas: o Marketplace.


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