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Precisamos falar sobre Criopreservação (ou você congelaria seu pet doente por uma cura no futuro?)

Passamos da metade de dezembro e só pensamos nela, a Criopreservação

Para muito além da ficção, o tema é divergente e encontra uma temperatura (perdão pela piada), nada agradável entre os entendidos sobre o assunto. 

O que é Criopreservação? 

A Criopreservação ou crioconservação, é um processo onde células ou tecidos biológicos são preservados através do congelamento a temperaturas negativas, geralmente entre -156°C e -196°C (o ponto de ebulição do nitrogênio líquido ou em fase de vapor). 

O objetivo é causar a suspensão do metabolismo e a manutenção das características biológicas por um longo período de tempo, mantendo a viabilidade celular

Em seguida, é realizada a adição de substâncias que protegem as células durante o congelamento e descongelamento, os Crioprotetores.

Conforme nos informa o site da UFRGS, após o nascimento do primeiro mamífero proveniente de um embrião previamente congelado (Whittingham, 1972), a criopreservação de embriões e gametas vem ocupando um lugar cada vez mais importante nas tecnologias de reprodução assistida, conforme veremos na sequência deste texto. 

Historicamente, as primeiras gestações humanas alcançadas a partir da transferência de embriões previamente criopreservados datam de 1984. Já na atualidade, os dois métodos de criopreservação mais difundidos em biologia da reprodução são o congelamento lento e a vitrificação

Com a esperança de um dia voltar à vida, lá no deserto do Arizona, até o momento, 199 pessoas tiveram suas cabeças e corpos criopreservados nas instalações da Alcor Life Extension Foundation.

São tanques cilíndricos cheios de nitrogênio líquido que contêm cabeças e corpos de “pacientes” humanos (como a fundação os chama), além de cerca de 100 animais de estimação preservados. Segundo a empresa, o objetivo é “restaurar a boa saúde com tecnologia médica no futuro”.

Entretanto, existem profissionais, médicos e jurídicos que são céticos em relação à criopreservação humana, ou melhor dizendo, hostis a ela, como, por exemplo, 

Peter Wilson, na matéria que escreveu ao The New York Times, e Clive Coen, neurocientista do King’s College London, na Inglaterra, que disse a Laurie Clarke, do MIT Technology Review, que a criogenia é “uma aspiração sem esperança que revela uma terrível ignorância da biologia”. 

As afirmações são bastante contundentes porque até o momento nenhuma organização de criogenia sabe como trazer a vida de volta aos seus pacientes preservados. No entanto, a própria Alcor, diz que “o renascimento da confiança pode ser possível”. 

Ainda assim, mesmo que sem evidências de que a criopreservação humana realmente funcione, os defensores da criogenia continuam esperançosos e citam que os avanços científicos nos quais esperma, embrião e células-tronco podem ser criopreservados e descongelados com sucesso. O maior exemplo, até então, é o de um cérebro de coelho que foi criopreservado e descongelado sem causar danos estruturais.


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