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A nova “velha” e “boa” música pop (ou como a música está envelhecendo rápido)

Com o aumento constante do número de músicas sendo carregadas diariamente no Spotify, é evidente que a música está envelhecendo mais rápido do que nunca.

Apesar disso, levantamentos apontam que as pessoas estão ouvindo com mais frequência o que é chamado de “catálogo superficial”, ou seja, que são os clássicos pop dos últimos 10 anos, do que as novas músicas que estão sendo lançadas.

De acordo com um relatório da Bloomberg, a participação do consumo total de música atual tem diminuído, enquanto a parcela do consumo total de catálogo tem crescido cada vez mais. Em 2021, o consumo de catálogo atingiu 74%, comparado com 66% em 2020, e percentuais ainda menores nos anos anteriores.

A Luminate, principal fornecedor de dados da indústria musical, define como “nova música pop” todas as canções com menos de 18 meses de lançamento, enquanto o que passa disso é considerado como “catálogo”.

As empresas de música estão recorrendo a estratégias de marketing para promover álbuns antigos de artistas como forma de apoiar seus novos lançamentos. Isso ocorre porque, com o streaming, as músicas antigas se tornaram mais acessíveis aos ouvintes, o que tem aumentado seu valor na era do streaming.

Embora a indústria musical esteja em constante mudança, com novos artistas e estilos surgindo constantemente, as músicas antigas (com mais de 5 anos) ainda permanecem populares e tendem a permanecer nas paradas de sucesso por mais tempo do que antes, o que pode forçar a indústria a repensar sua definição de “catálogo” e se adaptar às mudanças no consumo de música.

Isso tem levado cada vez mais artistas a garantir sua renda futura, vendendo seus catálogos por milhões de dólares para empresas de investimento em música. Esse comportamento pode inspirar artistas mais jovens a considerar vender seus direitos autorais mais cedo em suas carreiras para capitalizar a onda da nostalgia e ganhar dinheiro com suas músicas antigas.


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